quinta-feira, 24 de novembro de 2011


HOJE GOSTARIA DE POSTAR UMA HOMENAGEM A TODAS AS MARIAS CORAGEM, QUE NÃO SOFREM CALADAS E QUE DENUNCIAM, A VIOLÊNCIA QUE SOFREM POR PARTES DE DE SEUS ALGOZES QUE UM DIA PENSOU SER O SEU AMOR!!!!!!!!!

UBM pede fim da violência contra mulheres e meninas

Nesta semana, quando o combate à violência contra a mulher é marcado pelo Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres, sexta-feira (25), a União Brasileira de Mulheres (UBM) divulga um manifesto público para reafirmar a luta dos movimentos contra as agressões em mulheres e meninas. Confira abaixo.


A União Brasileira de Mulheres (UBM) - por seu histórico de lutas em defesa dos direitos e emancipação da mulher - reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos das mulheres como instrumento da construção de um mundo justo, fraterno e solidário neste 25 de novembro, o qual marca os 30 anos do Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres.

Por que lembrar essa data?

O dia 25 de novembro faz parte do calendário de lutas do movimento de mulheres e foi definido no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1981, em Bogotá, Colômbia. Em todo o mundo o combate à violência contra a mulher se constituiu em uma preocupação fundamental dos movimentos sociais, principalmente assumido pelo movimento feminista e de mulheres em meados da década de 1970.

Uma vida sem violência é um direito das mulheres

A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres no Brasil, realizada entre os períodos de 20 de novembro a 10 de dezembro, dá visibilidade às diferentes formas de violência, ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres, com a finalidade de sensibilizar a sociedade e cobrar do Estado o seu enfrentamento, que só se dará com a implantação de políticas públicas.

Uma realidade que preocupa

Temos o direito humano a uma vida sem violência. Por isso é que quando se materializa a violência contra a mulher, principalmente a violência doméstica, todo mundo perde. Por isso, o enfrentamento tem que combinar uma discussão ampla, que nos permita desvendar e desconstruir as amarras da cultura milenar que estruturou e consolidou as desigualdades de gênero.
Devemos nos informar cada vez mais, pois a percepção social da violência está mudando; precisamos cada vez mais trazer o que está na lei para a vida das mulheres.

Pela efetivação das políticas públicas

O silêncio é cúmplice da violência e pai da impunidade. Por isso mesmo, é fundamental que toda sociedade denuncie a violência contra as mulheres e meninas que ainda ocorre em silêncio em tantos lares e no conjunto da sociedade.

Exigimos das autoridades a ampliação das políticas públicas para por fim à violência contra as mulheres e meninas, com as casas abrigo, as delegacias da mulher e o encaminhamento das demais medidas protetivas e de atendimento previstas em lei tanto para as mulheres, como também para os agressores.

Dados sobre a violência doméstica

Em pesquisa da AVON/IPSOS, 59% dos entrevistados declararam conhecer alguma mulher que já sofreu agressão (65% das mulheres e 53% dos homens). Desses 59%, 63% fizeram algo para ajudar, sendo que as mulheres entrevistadas foram mais proativas com as vítimas. 44% conversaram com elas, 28% orientaram a buscar ajuda jurídica ou policial/serviço de ajuda especializado. Seis em cada dez entrevistados conhecem alguma mulher que sofreu violência doméstica.

Pela completa aplicação da Lei Maria da Penha

Vivemos num país patriarcal e machista, onde a violência contra as mulheres e meninas ainda é naturalizada. Temos de reagir a isso. A mulher precisa confiar que pode mudar essa realidade. Há poucos anos atrás os casos de violência passavam despercebidos. Hoje, as pessoas têm auxiliado as mulheres a procurar apoio. A existência da Lei "desnaturaliza" a violência e, com isso, as pessoas se tornam mais ativas ajudando as mulheres a pedir proteção.

A Lei Maria da Penha é um instrumento na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Precisamos estar vigilantes a sua efetiva aplicação para que aumente o número de juizados especializados e de serviços de atendimento às vítimas em agressores, pois sem isso, contamos apenas com a parte repressiva da lei e isso não é suficiente para garantir a integridade e dignidade das vítimas.

Ainda segundo pesquisa da Avon, 94% afirmam conhecer a lei, mas apenas 13% a conhecem muito bem. A maioria das pessoas (60%) pensa que, como consequência do acionamento da lei, o agressor vai preso. Contudo é preciso que as mulheres confiem nessa lei o que não vem ocorrendo devido á falta de estrutura para sua correta aplicação, precisamos mudar essa realidade, pois superar a violência contra a mulher passa por radicalizar o acesso a políticas de prevenção e de coibição da mesma.

Ligue 180

Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 –, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Em cinco anos, o serviço recebeu quase dois milhões de ligações. Segundo dados do governo federal, 40% das vítimas que fazem a denúncia convivem com o agressor há mais de dez anos.

Fonte: União Brasileira de Mulheres (UBM)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


No meio das trevas, sorrio à vida, como se conhecesse a fórmula mágica que transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade. Então, procuro uma razão para esta alegria, não a acho e não posso deixar de rir de mim mesma. Creio que a própria vida é o único segredo.
Rosa Luxemburg


Rosa Luxemburg (1871-1919) foi uma eminente representante do pensamento e da ação socialdemocratas na Europa. Com todas as suas forças ela tentou impedir a 1ª Guerra Mundial, que explodiu em 1914 e terminou em 1918. Ao lado de Karl Liebknecht, foi a representante mais importante das posições antimilitaristas e internacionalistas dentro do Partido Social-Democrata Alemão (SPD). Ela era uma crítica apaixonada e convincente do capitalismo, e deste ponto de vista crítico retirava forças para a ação revolucionária. Cheia de esperança, deu as boas vindas à
revolução russa. Entretanto, como revolucionária e democrata, permaneceu numa posição crítica e vigilante, combatendo com lucidez a política ditatorial dos bolcheviques.
Durante toda a vida Rosa Luxemburg pertenceu às minorias discriminadas, freqüentemente perseguidas. Por um lado isto se devia ao seu nascimento e destino. Sendo judia – embora não tivesse nenhuma ligação com a religião – não escapou ao anti-semitismo. Por outro lado, esta situação também foi gerada por seu desejo de viver a vida de forma auto-determinada, contra os preconceitos estreitos do seu tempo.
Rosa Luxemburg doutorou-se numa época em que raríssimas mulheres iam para a universidade.Ela foi uma das poucas mulheres politicamente ativas – o preconceito contra as mulheres que desempenhavam algum papel em público era largamente disseminado nos partidos de esquerda.
Rosa Luxemburg foi uma revolucionária de esquerda – em sua pátria de origem, a Polônia ocupada pelos russos, isso era um crime punível com a morte, e no país que adotou como seu, a Alemanha, uma razão para perseguição permanente.

quinta-feira, 21 de julho de 2011


Maria Sklodowska nasceu na atual capital da Polônia, Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, quando essa ainda fazia parte do Império Russo. Seu pai era professor numa escola secundária. Marie educou-se em pequenas escolas da região de Varsóvia, e logrou um nível básico de formação científica, com seu pai.

Envolveu-se com uma organização estudantil que almejava transformar a ciência e, por isso, foi levada a fugir de Varsóvia - que então era dominada pela Rússia - para a Cracóvia, na época parte do Império da Áustria. Em 1881, com a ajuda da irmã, mudou-se para Paris, onde concluiu os seus estudos. Estudando na Sorbonne, obteve licenciatura em física e em matemática. Em 1894 conheceu Pierre Curie, professor na Faculdade de Física, com quem no ano seguinte se casou. Ele ajudou em seus estudos para descobrir elementos quimicos como o radio, o polônio, e a radioatividade.


Oito anos depois, recebeu o Nobel de Química de 1911, «em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento». Com uma atitude generosa, não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo a investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade científica.


O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia de Ciências de Paris a rejeitou como sócia, após uma votação ganha por Eduard Branly com diferença de apenas um voto.

Foi a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmios Nobel. Linus Pauling repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954 e o Nobel da Paz em 1962 e tornou-se a única personalidade a ter recebido dois Prémios Nobel não compartilhados. Por outro lado, Marie Curie foi a única pessoa a receber duas vezes o Prémio Nobel, em áreas científicas.

Em 1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne.

Depois da morte do seu marido, Marie teve um relacionamento amoroso com o físico Paul Langevin, que era casado, fato que resultando num escândalo jornalístico com referências xenófobas, devido à sua orígem polaca.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Em 1921 visitou os Estados Unidos, onde foi recebida triunfalmente. O motivo da viagem era arrecadar fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que faziam uso de material radioativo sem precauções. Visitou também o Brasil, atraída pela fama das águas radioativas de Lindoia.

Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Em 1922 tornou-se membro associado livre da Academia de Medicina.

Marie Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934 de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. Sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de 1935, ano seguinte à morte de Marie.

O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores dos estudos relacionados à Radioactividade clássica.

Em 1995 seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.

Durante o período da hiperinflação nos anos 90, sua efígie foi impressa nas notas de banco de 20000 zloty da sua Polônia natal.

A sua filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, traduzida em vários idiomas. Em Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem em 1943 ao argumento do filme: "Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer Garson no papel de Marie Curie.

Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune fille" (1965), além de uma minissérie francesa, "Marie Curie, une femme honorable" (1991).

O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi baptizado em honra do Casal Curie.

domingo, 20 de fevereiro de 2011


Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita (Glória, 8 de março de 1911[1] — 28 de julho de 1938) foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.
Inacinha, companheira do Cangaceiro Gato

Nascida no sítio Malhada da Caiçara, do município de Paulo Afonso, na época município gloriense, na Bahia.

Depois de um casamento frustrado, em 1929 tornou-se a mulher de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, conhecido como o "Rei do Cangaço". Continuou morando na fazenda dos pais, mas um ano depois foi chamada por Lampião para fazer efetivamente parte do bando de cangaceiros, com quem viveria por longos oito anos.

Com o cangaceiro, Maria Bonita teve uma filha de nome Expedita Ferreira Nunes e os gêmeos Arlindo e Ananias Gomes de Oliveira[2], assim como nasceram mais dois filhos, sendo natimortos. Morreu em 28 de julho de 1938, quando foi degolada ainda viva pela polícia armada oficial (conhecida como "volante"), assim como Lampião e outros nove cangaceiros.

sábado, 19 de fevereiro de 2011


Patricinha, não!

Criada para se casar, Patrícia Saboya Gomes
aprendeu a andar só – e chegou ao Senado

Ex-comunista, ex-vereadora, ex-deputada e ex-mulher de político, Patrícia tem luz e trajetória próprias: traços indígenas e doçura iluminam a primeira senadora eleita da história do Ceará

A senadora Patrícia Saboya Gomes nasceu com tudo para ser mulher de político. Filha da elite cearense, bonita e mimada, foi criada tal e qual uma princesa do agreste – nunca precisou fazer a própria cama e até hoje mal sabe fritar um ovo. Aos 19 anos, casou-se com o galã da sua cidade, a orgulhosa Sobral, oásis de prosperidade no sertão do Ceará. O rapaz, igualmente da fina flor local e igualmente bem-apessoado, deu-lhe três filhos e elegeu-se prefeito em 1988, transformando-a na mais jovem primeira-dama do Estado. Se tivesse seguido seu destino natural, Patrícia seria hoje, aos 40 anos, uma ex-mulher de político – o Brasil inteiro sabe que o marido se apaixonou por uma outra Patrícia, a Pillar.

Nem como namorada, nem como esposa, nem como ex, no entanto, ela seguiu os clichês previsíveis. Patrícia nunca foi patricinha. Quando conheceu o hoje ministro Ciro Gomes, aos 18 anos, de calça jeans boca-de-sino e muitas idéias na cabeça, já presidia o Centro Acadêmico do curso de fisioterapia da Universidade de Fortaleza. Militava no linha-duríssima Partido Comunista do Brasil, o PC do B. Ele, jovem advogado, ensaiava uma candidatura a deputado infinitamente mais à direita, pelo PDS. Apaixonaram-se, casaram-se, tiveram três filhos (Lívia, de 19 anos, Ciro, de 17, e Yuri, de 13). A paixão pela política acompanhou-a durante os mais de quinze anos em que foram tidos como um casal-modelo, quando ela foi vereadora e deputada estadual – e também a salvou da obscuridade depois que a união acabou. A retidão de caráter transformou-a num caso raríssimo de mulher abandonada que não apenas não recrimina o ex: elogia-o e reconhece os imperativos do coração que o levaram para os braços de outra. A mãe de Patrícia, Marly Saboya, conta que a filha proibiu quem quer que fosse – ela, Marly, incluída – de criticar Ciro. "Fiquei um pouco revoltada", lembra Marly. "Mas, quando ameaçava dizer alguma coisa, minha filha me interrompia: 'Mãe, isso acontece'."

Patrícia não é deste mundo? Ao contrário, como qualquer mulher normal, ela sofreu o diabo. "Imagina o que é você ser traída em cadeia nacional e ainda ter como rival uma estrela de TV no auge da fama?", indaga um amigo. Ela própria reconhece: "Chorei muito, me desesperei até. Eu me casei com um homem por quem estava apaixonada e queria morrer ao lado dele. Não foi possível". Logo, porém, reaflora o senso de justiça, talvez o mais difícil sentimento de um parceiro rejeitado: "Eu também poderia ter me apaixonado por outra pessoa". Patrícia continua a admirar o ex-marido, com quem mantém singulares laços político-afetivos, e não abre a guarda nem um instante quanto à lisura de seu comportamento. "Não me importa se o Ciro me contou o que aconteceu no dia em que aconteceu ou dez dias depois", diz. "Ele não deixou de ser o homem íntegro que conheci só porque o nosso casamento acabou."

A separação dolorosa e a experiência política, própria e conjugal não a prepararam, porém, para o que a esperava quando se candidatou a prefeita de Fortaleza, em 2000. Durante a campanha, a recém-separada deputada estadual viu fotos suas nos cartazes de propaganda serem retocadas com desenhos de chifres. Outdoors que a mostravam de braços abertos passaram por um sistemático e anônimo trabalho de pichação para que as mãos exibissem, no lugar do microfone, uma imagem que era a representação do machismo que torpedeou a disputa: um falo grotesco. Patrocinados por adversários, programas de rádio aproveitaram-se da popularidade de uma marca de manteiga que levava o seu nome para insinuar uma suposta fragilidade da candidata, ao mesmo tempo que exaltavam as qualidades de um certo "biscoito Pillar" – apresentado como "o preferido do ex-governador". Foram seis meses de bombardeio incessante, que a fizeram desabar várias vezes. "Chorei muito diante dos meus filhos", lembra. Ao final, além do casamento desfeito e da campanha sórdida, ela amargava a mais retumbante derrota eleitoral da carreira.

A virada só aconteceu dois anos depois, quando venceu as resistências do partido, o PPS, que preferiria vê-la candidata a deputada, e dos amigos, traumatizados com a campanha pela prefeitura. Ela teimou, concorreu, venceu e se tornou a primeira senadora eleita da história do Ceará. Hoje, vice-líder do governo no Senado, só não acumula mais funções do que fãs. O mais ardoroso deles, o senador Mão Santa, é incapaz de avistá-la pelos corredores sem deixar escapar um suspiro, seguido de um sonoro "Iraceeeema" – apelido tirado da personagem de José de Alencar com quem compartilha a beleza de traços indígenas. Patrícia não liga, dá risada. Ao contrário do estereótipo da política nordestina de pêlo nas ventas, como a colega senadora Heloísa Helena, a mãe de todas as fúrias na tribuna, Patrícia, como a virgem de lábios de mel do romance, é sempre dulcíssima. Sua área de atuação, aí sem grande originalidade, é voltada para a infância: coordena a Frente Parlamentar pela Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, é relatora de uma das subcomissões da Criança, Adolescente e Juventude e presidente da CPI da Exploração Sexual.